Tem gente que vive na lua
mas se parar para pensar, faz muito sentido
porque viver e lua tem tudo a ver
A gente pode trocar uma pela outra
Ter vida cheia,
vida nova
vida lua,
vida minguante
Escurecer.
A gente vive por fases
Finda em luar num dia
n'outro amanhece em estrelas.
17 de abril de 2017
4 de novembro de 2016
BARULHOS DA GENTE
Quando fica silêncio
dentro da gente
a gente sente,
por mais que
a gente invente
E quando a gente sente
essa falta de barulho
embaralhando a mente
é como olhar pra frente
e não ver nada diferente
dentro da gente
a gente sente,
por mais que
a gente invente
E quando a gente sente
essa falta de barulho
embaralhando a mente
é como olhar pra frente
e não ver nada diferente
28 de outubro de 2016
AOS OUSADOS QUE FICAM
Vi esta foto, e pensei que já não tenho tantos amigos que se possa reunir. Por outro lado, ao longo destes pequenos anos que tenho vivido, não tenho dúvidas de que fiz mais amigos do que posso supor. Tive amigos de farra, tive amigos de sina, tive amigos até de uma única noite e outros que duraram para sempre na eternidade que nos foi possível. Tenho amigos que estão por aí, em algum lugar, cujos laços desperdicei, cuja presença não soube desfrutar mais e melhor e outros para os quais meus caminhos foram insuficientes e minhas pernas curtas demais para correr o bastante e alcançar seus vôos. Tenho amigos que observo de longe, e outros que acompanho na minha imaginação. Tive amigos que salvaram minha pele e outros que não usaram a sua verdadeira. Mas àqueles poucos que tiveram a bravura e persistência de ficarem é que dedico este texto. Surgiram em diferentes momentos e existiram em diversas ocasiões, mas até mesmo os mais atrevidos souberam chegar sem fazer alarde. A gente nunca sabe o que esperar da vida, mas o mais surpreendente é que ainda assim ela te surpreende. Porque, de verdade, nenhum destes amigos despertaram uma intrínseca certeza ao chegarem mas, como na música, foram ficando até ficar. A estes, meu sincero agradecimento. A vida diminui e a gente vai passando por ela sem que conscientemente percebamos que os espaços agora são menores e as demandas mais exigentes. As lacunas de tempo que antes eram recheadas de aventuras, idas e vindas, tardes de cinema, conversas e passeios, vão dando lugar às pequenas e quase necessárias ambições que insistimos em instalar. Faz-se faculdade. Trabalha-se. Alguns vão já casando e formando família. Alguns vão para fora do país, da cidade, do estado, da sua rotina. Mas têm aqueles que, ás vezes, mesmo depois de fazer tudo isso, ainda assim, não mudam, não passam e não partem. Alguns, até, são como a primavera e podem ficar meses sem aparecer, mas as raízes ainda estão fincadas nos nossos caminhos e sempre voltam a florir.
TANTO
E ainda tenho tanta vida pela frente
que de vez em quando
ainda tenho um canto
um riso
um tanto
solto
Ainda que envolto
num pequeno pranto
Eu vôo em cada canto
Do meu próprio invento
que me espanto
que de vez em quando
ainda tenho um canto
um riso
um tanto
solto
Ainda que envolto
num pequeno pranto
Eu vôo em cada canto
Do meu próprio invento
que me espanto
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