22 de abril de 2009

DOS QUE NEGAM


Alguns diziam que eram levemente perturbados, outros afirmavam serem loucos, enquanto alguns diagnosticavam felicidade. Mas a verdade é que usavam de suas loucuras anormais para fugirem do pior diagnóstico que poderiam permitir-se: o que tinham mesmo era tristeza. E isso, insanidade nenhuma poderia curar. Havia apenas um medicamento chamado Amor, mas vinha de uma raiz rara, que poucos sabiam cultivar. Alguns poucos conhecidos que tentaram, foram contaminados. Assim, iam se fechando as portas para os medicamentos que surgiam e se fechando para a cura. O número passou a aumentar, o problema transformou-se em não. Não comiam, não bebiam, não queriam sentir nada que não fosse alimentado por tristeza. E virou uma praga. Foi então que descobriram, e descobriram tarde: negaram por tanto tempo que corroeram os portões de suas almas e já nenhuma essências surtia efeito.
Então morreram. Sozinhos, porque preferiram morrer por falta, do que por amor demais.
E findaram apenas com sua própria e louca sombra de dor.

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