24 de outubro de 2013

ALERTA

Você me vence
nos (meus) seus espaços
(espamos)

Você me alerta
nos teus acessos

Você me inquieta
nas tuas ausências

TISCO's

1.Você está tão preocupada em descobrir minhas mentiras que esqueceu de tentar entender minhas verdades.

2.Cada vez mais tenho certeza que mesmo toda a maldade de pessoas que passaram por mim não chegam aos pés de todas as pessoas boas que o universo me trouxe.

3.Mas na hora a gente não pensa em nada disso. A gente só pensa em ficar tenso e longe pra se proteger de um não sei o quê.

4.Pensando...em muitas coisas. Algumas ruins, outras...excitantes. Nas coisas que eu não disse quando acho que deveria ter dito. Que eu não fiz quando deveria ter feito. E por pensar que não entendo, porque, embora fosse tudo que eu quisesse (ter dito e ter feito), não fui capaz, não consegui. Pensando o quanto isso é estranho: logo eu, que sempre consegui basicamente tudo que quis.

5.É claro que eu quero um homem brilhante do qual me gabar. Que ser humano não quer?

6.Não quero que você seja o cara que está em algum lugar porque foi fácil. Espero que você seja o cara que esteja em um lugar que era impossível, e ainda assim, está.

7.Tem mulher que diz: "Ele não me entende". Realmente, é um grande problema. No entanto, andei pensando direitinho, de um modo muito justo, e concluí que, sem nexo como sou, não tenho o direito de ser entendida. Mas também não sou fácil e tenho minhas condições e exigências - se a justiça me toma, me toma também o critério; quero ser é aceita, e amada - pra sempre, se possível for. Quero é nunca ser esquecida - nem que seja por esses defeitos arrebatadores que só eu tenho. Aliás...JUSTAMENTE por eles, feito uma música do Chico. É pedir muito? Se for, sorria e finja que não. Dê-me um um pouco de esperança, inda que vazia. Ás vezes, mais que a verdade, a gente quer mesmo a mentira.

8.Quero que tua crença esteja na minha palavra, não na minha atitude. Porque sou estranha, e minhas atitudes podem muitas vezes ferir e enganar, mas ao contrário de muita gente, não há mais verdade que nas minhas palavras.

9.Hoje chorei até vasar minhas dores e quase que perco também minha alma.

10.Êta muro cheio de hipocrisias dessa nossa sociedade - que me rebenta a alma só de pensar

11. Me escreva uma poesia que seja só tua.

12. Se leio 'selvagem' me apego e invento a outra parte

13. Eu não sei ser breve. Tudo em mim dura muito por pouco que dure. Todo o pouco que me basta transformo em um muito que me sobra. Não sossego em três estrofes, quando vejo, já tem nove.
(Quando eu quero três estrofes, leio, e já tem nove. Do curta e grossa, só sei ser grossa.)

14.
Quero saber tua coragem
pra tomar minha nota
e me fazer com seu som
Quero
teu rito ou teu pranto
Desde que puro, injetar

15. A minha poesia é isso aí, e que ninguém me diga o contrário. Ás vezes me minto, e para rimar, me escondo. Mas sei a hora de parar (como um viciado) eu me escondo e me nego. Mas sei também me mostrar com nervos com aço, ás vezes eu tento, não nego, forçar a palavra, para finalizar um verso. Mas na minha estrofe não tem engano. O que está é o que quero. O que está é o que é. Ás vezes eu penso, ignoro, escrevo outra coisa, mas apago. Porque não é, e poesia tem que ser o que é sem vergonha, sem medo. Se pego fugindo, me rasgo, se me pego amando, escrevo/poeto. Se me falta o poema, invento. Se me falta o invento, poemo. Se me falta o amor, eu derramo. Pra qualquer coisa eu escrevo. E na dúvida, balanço na estrada, mas desenho. Se me falta vontade eu sonego. Se me falta tesão eu procuro. Se não acho eu me perco. Mas se me tenho de novo, me esbaldo. Minha poesia não tem fechadura, nao tem segredo. Quem lê aberto, me encontra, me sabe, me tem. Porque na minha poesia me abro, me sou por inteiro, pra ninguém. Minha poesia é limpa, sem meios nem inteiros. Não tem matemática nem métrica. Só sentimento. Se me vejo errando me esqueço. Depois que me provo, confirmo: meu êxito. Nasci para isso, e não acho qualquer outra coisa onde me safo. 

ZAFONICES

(...) Eu sempre tive medo de que, com o passar dos anos, você contrairia uma parte de seu pai que o tornava, de alguma maneira, menos vivo. Embora eu não soubesse definir, entender com clareza, ou separar o que era quem, eu tinha certeza que não queria para você aquilo que sempre me preocupou nele. Essa preocupação, no entanto, foi pouco a pouco sendo dizimada pelo tempo, conforme eu ia observando seu modo cada vez mais seu de ser no mundo. Uma capacidade de sorrir sem peso, e de ser feliz sem culpa. Claro que a apreensão do constante atrito de vocês me angustiava, mas sempre preferi acreditar que se degladiar tanto com ele era seu modo passivo e seguro de não querer sua visão de mundo. De negar-se áquilo que você também devia ver nos olhos dele. Embora ainda alguns resquícios dele se sobresaíssem em algumas das suas atitudes, eu não tinha dimensão do quanto aquilo que o assombrava ainda era um risco para nós. Quando ele se foi, porém, foi como se uma espécie de castelo feliz que você vinha construindo para você não fizesse mais sentido. Ele partiu, e você? Ia construir uma fortaleza para se proteger de que agora? Instintivamente você buscou recriá-lo dentro de você, para que a dor, a saudade, e a necessidade de sentimento de orgulho dele para você - que eu sei que sempre reinou no seu coração - fossem acarinhadas com um pouco menos de brutalidade do que aquele toque abrupto que a vida decidiu nos oferecer sem cuidado ou respostas. Da mesma forma que ele, quando seu pai partiu, um pedaço bem maior do que você esperava foi junto. Não foi só ele, e as lembranças, e o vínculo. Foi mais do que a metade da sua própria identidade. Você se espelhava nele e, de repente, o vidro estilhaçou-se. Você ficou sem brilho, e sem reflexo. Então você buscou o que existia de mais marcante e resgatou com mais força do que a natureza do tempo exigiria depois. Aquela dureza no modo de enxergar a vida - que mesmo ele só adquiriu depois de muitos anos, aprendizados, frustrações e perdas - recaiu sobre você disfarçado de um terrível senso de realidade. Como uma pedra, impedindo todos os vôos das folhas que, com o tempo, em conjunto, formariam sua história.

QUATRO MÃOS

(...) Eu sempre soube que, para nós, só existiria uma via de mão única. Eu nunca poderia te amar, e ser amada de volta, e vice-e-versa. Somos tão parecidos em sermos estranhos, quanto improváveis. Nos tornamos incapazes de amar aquilo que nos ama. Isso seria amarmos a nós mesmos, e a culpa sobre isso é, para nós, um fardo pesado demais para cada uma de nossas costas.

AVISEI

Eu sempre avisei pra você
que nada mais era que um verme
Você preferiu disfarçar
e pra você mesma mentir

Agora vem me dizer
Da sua decepção
Já disse não quero te ouvir
Já disse não tenho mais nada
Tudo que eu tinha servi

Você me desmancha a honra
Você me chama de coisas
que você sempre pode saber

Em momento algum prometi
mudar pra você me entender
na verdade desisti faz tempo
Sorrindo desobedeci
Sempre foi assim
Eu nunca fingi
Sempre achei o contrário
melhor

Não venha agora dizer
que você sabe tudo que é certo
É só olhar suas verdades
para eu saber
o meu caminho eu que faço

Você tentou controlar
você tentou limitar

Agora que esgotou
não dá certo
Eu nunca neguei pra você
que eu tenho tudo de ruim

Eu não quero mais te ouvir
Você só fala besteira
Seu moralismo me enoja
Sua hipocrisia me cansa
Eu nunca me canso em dizer

Eu nunca pedi pra você
depositar em mim confiança
Você sempre soube o que eu
era

DIRÁ A LEITURA

Se quero tua alma
e em pedaços
se sou psicopata
ou mocinha

Depende do verso
se quero teu sangue
ou teu sexo
dúvida cruel

Só dirá a leitura
Que quer seu neurônio
da minha poesia
Se quero martelar
Ou cagar teu pensamento
Depende do verso

Se quer saber minha moral
E meu nexo
Entortar meu sabor
E esquecer todo o resto
Só dirá a loucura
Da palavra que esboço

Se sou salvação ou
Apocalipse
Desconheço
Sou só o que procura

Se sou suja ou pura
Se te invejo ou te quero
Se sou fama ou paixão
Eu sou só seu espelho

Se sou fogo ou sou fátuo
Se me ato ao desfecho
Se me fecho ou me mostro
Não me arranque o contexto

Me mantenha o cenário
Não mude o verso do poema
Que ás vezes tu apaixona
Ou odeia

Porque nunca se sabe
Que ópio eu servi
Do covil que arranhei
As palavras pro teu coração

Ás vezes se machuca
Ás vezes acarinha
Mas tudo isso
Dirá a leitura

DISSO

Você disse
coragem
e eu me escondi

Você dise
segredo
e eu revelei

Você disse
farelo
e eu me fartei

Você disse
poema
e dali fiz história

Você disse
verão/estação
fingi infinito

Você disse
horizonte
que achei direção

Você disse
futuro
e eu achei sugestão

(você ali
dizendo quem sabe/talvez
e eu lendo certeza)

Você disse
paixão
mas eu te amei

QUERO

Quero
com tua morte
Encenar meu ruído

Quero
com teu som
Explodir o meu claustro

Quero
sem careta
envolver o teu céu

Quero
sem condição
ser teu rock'n roll

Quero
com risco e com dor
se preciso for

Quero
arriscar teu azar
e medir o teu custo

Quero
Esquecer teus desgastes
enganos e dores
e conquistar teus rompantes

Quero
farfalhar teus farelos
me embrenhar na sujeira

Quero
incorporar tuas quimeras
e romper nas partituras

Quero
perder o sentido
o significado, o ganido
ganhando os caminhos e estouros

Quero
estragar o teu piso
e pousar no teu ombro

Quero
pesar teu neurônio
embaralhar teu critério

Quero
Fazer doremi na tua fala
e confundir tuas notas

Quero
saber do que falta
pra ter tua coragem
de me levar proutra passagem

Quero
teu rito ou teu pranto
desde que puro, injetar pra
depois

Quero
na tua ausência
te ter no meu sangue
pra não disritmar

Quero
na tua partida já estar de saída
pro que der e vier

Quero
nem dar e nem vir
só como desculpa
pra devorar sem sentir
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