22 de abril de 2009

HOMÉRICAS BALBÚRDIAS


Continuou fitando o mar – enquanto o fazia esperar. Angustiado ele ansiava sequer um murmúrio de resposta oblíqua. Ela olhou-o com impetuosidade. Ele, paralisado, procurando o nada em seu rosto. De súbito, beijou-o. Ele olhou com severidade e desamparo, confuso confesso. Ela simplesmente devolveu os olhos ao mar. Devorou-lhe as energias para conseguir aquilo. Devorou-lhe as energias, sem que ele pudesse questionar o que fosse. Ela revogou-lhe o olhar, dizendo-lhe ferreamente – “se isso nada lhe responder, palavra alguma lhe será útil nessa vil finalidade”. Ali mantiveram-se, empertigados em suas intrigas íntimas demais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela sua visita! Volte sempre para tomar um chá neste espaço de aluguel, e mais do que tudo: completamente seu.

Related Posts with Thumbnails
 

Voltar ao Topo