28 de junho de 2009

TROCAS


I
Ela já não bica
o bico da boca
Ele já não limpa
o limo do lado

E ficam ambos
molhados de secura
suados de frieza
Enaltecendo o nada

O troço do troco,
do treco treço
Traco intutilmente
no troço do toco

II
Peço e faço
na ponte do pato
a foice do falo

O nasco inala
e morre
coitada

a vala do velo
do fosso desfaço
da fala desfolo

Do faça desfala
e assim tudo destermina
no começo de nada

Sem dor declama
dezoito dozes
de pura ironia

e amargos gardenais
desfeitos em dez
ou mais

III
O troço do treco
do treço treco
traco novamente
no troço do toco
e faço num trago
a beleza do poço
a mentira do posso
a verdade do nego
não posso
não piso
na poça da fossa

IV
Peço e alo
na ponta do pato
a foice do falo
que inala o nasco
e morre
coitada
na vala do valo
do moço
desfaço
da fala
desfalo
a farsa refaço

V
Assim,
tudo destermina
no começo de nada,
sem dor
declamem as
dezoito e dezenove meias
doses troianos
que em veludosas
vozes
não hão saudades

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