22 de abril de 2009

OS SEM FIM




I
O acaso supriu a sedução
e matou o desejo
com o mais puro ardor.
Mentiu pra verdade,
e mostrou a face do pudor.
Provocou,
enlouqueceu...
enganou o amor
com as caras da atração
e por ali parou.
Traiu,
amou,
voltou.
Quis o seco do beijo
e o suado da dor...
envenenou o perfume,
e a realidade trouxe
vontade inesquecível
Egoísta, procurou.
Afável,
dizia ele,
deixou-o.
E o que chamava de amor
os homens,
não podia ela tê-lo.
Quis querer,
evitar suas caras
e palavras fáceis.
Jogou,
sorriu.
Seria o fim
de todo um enredo sem glória,
sem continuação...
sem monotonias hostis.
Findou todo o ruim,
findou sagaz.
E ruiu o tradicional.
Simplesmente
acabou.
Ousou,
fugiu.
Lembrou do começo,
do meio,
mas não podia ter no fim
o que os olhos surdos apontaram.
Foi uma grande besteira,
do início ao infinito,


II
pensava o tempo todo.
Foi uma grande loucura,
do infinito ao infinito.
Revelavam tudo o tempo todo.
Choravam tudo todo o tempo,
e era sempre no mesmo lugar.
Inconseqüentes,
amantes...
mas não,
não traidores.
Ele pediu,
ela aceitou.
Ele enganou, ela odiou,
pediu de volta.
Ele recusou.
Ela pediu,
ela aceitou.
O que ele pediu,
ela aceitou.
Ele - outro,
pediu,
ela recusou.
Ele perguntou, ela admitiu,
ele negou.
Ele perguntou,
ele respondeu.
Ele chorou.
Ele voltou, ela recusou.
Foram os três serem felizes,
ele arruinou,
infeliz e nobre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela sua visita! Volte sempre para tomar um chá neste espaço de aluguel, e mais do que tudo: completamente seu.

Related Posts with Thumbnails
 

Voltar ao Topo