22 de abril de 2009

PEDAÇO


Cá venhamos, um pouco de cobiça e ambição fazem-se precisos na fuga de hipocrisias cotidianamente metódicas. Os olhares tornam-se secos quando se tornarem dúbios os amores. As verdades tornam-se mitos quando se torna fato as mentiras...E os desejos? Ah! Esses se tornam raros quanto mais se extingui a capacidade de seguir apenas o instinto, dos mais puros aos mais primitivos. A felicidade, no fim, é diferente da luz; transforma-se em inexistente se no inicio é intensa e fácil. As coisas belas são inúteis na inspiração do poeta torto...O que diz o amor perfeito para a tinta que o descreve senão essas coisas todas já cansadas de existir pra quem está cansado de faze-las existir? Ou pior, pra quem já não acredita em sua existência. O que dizem todos as outras? A alegria é comum, já a dor e o sofrimento, são diferentes em cada um. E é o sofrimento que torna tudo mais fascinante, mais...Teatralmente poético. Todos se alegram da mesma maneira: sorrindo. Mas não são todos que choram ao entristecer-se. Aí a beleza do não, do amargo, do nunca, do difícil, do marrom. Eis a beleza do velho, do ontem, do amor não correspondido, das verdades em vão, das paixões esvaídas com fim do verão. Eis o belo do feio, do pecado, do errado. É essa emoção incomparável de errar pra poder acertar e o risco de não conseguir que nos levam, todos, aos que negam ainda, á loucura; que nos leva, todos, aos que fogem ainda, ao êxtase mais deliciosamente profano.

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