17 de setembro de 2010

RAPIDINHAS


_Tapo cicatrizes e sango no delírio dos iguais. Sem me atingir com o tempo antigo sorrio; ainda que não como nobre, sobrevivendo como um mendigo.


_Tinha lá seus anos de sarcasmo e até não era de todo o ruim.


_Convoco minhas certezas e minhas ataduras ao infinito taciturno do meu poço sujo; e apesar de eterno, que permaneça oculto


_Depois de profanas partituras viscerais que rogo, depois de teus braços e teu corpo todo em mim que nego; depois e ti que peço, do ti que faço e amo, imploro e durmo


_Que sorriso trago senão aquele que me pedes; imponente e fraco?


_Só aceite se arriscar por um homem cujos abusos não te deixem em desvantagem e cujos defeitos sejam supridos pela alegria de sua presença.


_Assumia todo o não-começo e a não-eterna-felicidade pois já vira muitos príncipes virarem sapos assim, num piscar de corações, mas a ele jamais daria chance de virar sapo.


_A exposição exagerada é apenas uma droga aos desesperados, um vício dos fracos e ignorantes,, que não cansam de exibir seus frascos, mas são incapazes de exalarem suas fragrâncias.


_Saí fazendo malmequer em quaisquer flores, e enquanto discordava das essências do teu amor, redescobri a razão de procurar um sol a cada esquina.


_Depois de tudo, em mim, dias intermináveis de inverno inventado.


_É só pensar que está tudo bem nesse jogo belo e sujo que criamos.


_Emoldurei os lençóis sobre tuas nuances carnais e acolhi a sensação delicadamente selvagem de não pertencer. Como são poéticas as dores


_Minha criação é secreta, me irritam essas franquezas todas: são demasiadas paras serem reais.


_Sem dor ou vergonha declamou as dezoito e meia doses troianas que, em veludosas vozes, não hão de temê-la.


_Entre razões e partidas ainda não sei se vale a pena a ferida


_Me diga, por que você não mente? Fazendo do único engano minha culpa? Por que você não erra? Fazendo do crime um suspeito. Me diga, por que você não nega, fazendo do erro minha fuga?



_É isso que faz desejar sem ter o emaranhado dos teus cadarços se enrolando com meu salto - na poeira do meu chão, junto com meus cacos e minha falta de compromissos inadiáveis. Fico ali, então, à sombra dos teus passos, no teu encalço, solta aos barulhos que fazem o sapato da tua presença no meu mundo (os quais insisto dizer não ouvir). Presa ao eco da tua voz nos meus pesadelos: que te ver sem te tocar já não merece outro nome.



_Saber que sermos iguais é o que nos afasta me conforta de alguma estranha maneira.


_E eu, que revivo Capitu, não te traio, como ela também não traiu.


_Será que um dia vou te ter por inteiro e não somente pelo pedaço de beijo que não se cala quando menos quero ouvir? SILÊNCIO! Não diga não, não diga sim. Isso foi um jeito de falar que não te esqueço, e que ando torto em busca de respostas por não termos sido.


_Sei que não foi em mim que você viu o inesperado que finalmente sentou na poltrona vaga do teu coração pra te ocupar por inteiro, muito menos ao teu lado, abaixo da lua pra contar estrelas. Mas te garanto: apenas comigo você as alcançaria.


_Te agradeço por tão logo ter se mostrado: é isso que vai me fazer não voltar.


_ Digo que não posso e não poderia, mas faço. Digo que o nego, mas chega na hora eu quero, claro. Quero-o pra mim, quero que seja meu por um tempo, e não importa o quanto.


_Eu imagino tua barba interrompendo meu som, minha carne inda perdida em tentativa vã de interpretar a tua, e é então quando me perco no teu tom.


_Carrego um mundo nas costas. O meu mundo, e nada mais.

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