10 de agosto de 2013

NERO

fonte: Germinal Roaux

Você me incendeia e eu não sei o que faço
com essas cinzas do depois inacabado
ou pior, do quase

Você me avisa, me alerta:
você é um erro. E ainda assim,
imploro

E sem pugilista, ou conhecimento de causa
me nocauteio com a única fala
que ainda pode ter algum sentido:

O que fazer de mim,
quando não me sobrar
mais nada de você?

E esse frisson que você me causa
mas me nega
não é senão exceção

Um pedaço rebelde do tudo que me foge,
de todos os retrocessos
propostos pelos seus nãos que me acusam

Que embora eu, tão subliminar, entendo.
mas prefiro descartar
junto com minha falta de verdades

E sem pugilista, ou conhecimento de causa
me nocauteio com a única fala
que ainda pode ter algum sentido:

O que fazer de mim,
quando não me sobrar
mais nada de você?

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