Se é dia, ela dança escondida:
No escuro da vida é que se põe.
Fazendo em mim nascer a dúvida,
sacudindo o escuro mais bonito
O que é mais bonito que a lua?
me pergunto, orfã do relento
como que deixada em outra terra
por castigo ou por descuido
Ali encontro outro mundo
onde posso ser viajante
divagar no espaço e dimensão
conhecer de mim o mais profundo
Se desprego a atenção um instante
não sofro danos daquele ar vagante
Ela me espera sempre onde alcanço
Flutuando no galáctico manso
Ali encontro aconchego
ou me recolho em pranto;
e todas as perdidas canções,
ali eu encontro no encanto
Revirando os olhos e os dentes
numa boca sorridente, suspiro lento.
Admiro, desejo e balanço no céu,
luz minguante, boa nova, vida cheia
Quando olho para a noiva da noite
O tempo me pertence,
se me perco ela está lá
Atenta bailarina a me fitar
Drama à sério
Dela não sou vigilante,
sou pirata, sou poeta,
astronauta em alto mar, sou amante
Salto à alma, solto a cama,
quando a nuvem vai
e a noite vem sou prisioneira
do brilho a me açoitar
Com ela não sou gênero
não sou cor, não sou carne
Por causa dela não sou coisa
Nem sou gente
17 de abril de 2017
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